A Rede D’Or São Luiz celebrou com Atlântica Hospitais e Participações, um acordo de investimentos, o qual estabelece uma parceria para a criação de uma nova rede de hospitais “Atlântica D’Or”.

A Atlântica Hospitais é uma companhia direcionada ao investimento em hospitais, controlada indireta da Bradseg Participações, que por sua vez é controladora do Grupo Bradesco Seguros.

A parceria se constituirá de uma associação societária destinada à realização de investimentos, construção, desenvolvimento e operação de Hospitais Gerais que, inicialmente, estão sendo construídos pela Rede D’Or (BOV:RDOR3) nas regiões de Macaé-RJ, Alphaville-SP e Guarulhos-SP, denominados Hospital Macaé D’Or, Hospital São Luiz Alphaville e Hospital São Luiz Guarulhos, respectivamente.

“Está sob análise o potencial desenvolvimento conjunto de futuros novos hospitais em outras praças, em particular em Taubaté e Ribeirão Preto, ambos no estado de São Paulo, cujos ativos já foram oferecidos à Atlântica Hospitais no âmbito da parceria”, explicou a Rede D’Or.

O valor do investimento total nos hospitais em construção, no montante estimado de R$ 1,156 bilhão, será arcado proporcionalmente pelas partes.

Os hospitais em construção, uma vez atingida plena capacidade operacional, contarão com aproximadamente 620 leitos e oferecerão ampla oferta de serviços de alta qualidade assistencial em estrutura moderna, tecnológica e eficiente, disponível a todas as operadoras e seguradoras que os credenciem em suas redes prestadoras.

A parceria se dará à razão de 50,01% para a Rede D´Or, que será a operadora hospitalar, e 49,99% para a Atlântica Hospitais.

VISÃO DO MERCADO

Morgan Stanley

Analistas receberam bem a notícia principalmente para Rede D’Or, com as ações em alta de 2,64%, a R$ 30,30, às 15h35 (horário de Brasília), entre os destaques de ganhos do Ibovespa em uma sessão de forte aversão ao risco do mercado. O Morgan Stanley avalia o movimento como positivo, pois pode acelerar o ramp-up de greenfields, diminuir o atrito comercial e ajudar ligeiramente a estrutura de capital da D’Or.

Segundo analistas, o acordo é imprevisto, pois a Rede D’Or está firmando parceria com um grande concorrente de seu negócio de pagadores. No entanto, ao fazer isso para greenfields não lançados, a D’Or está facilitando a construção de novos hospitais e reduzindo potencialmente o estresse comercial futuro.

O Morgan lembra que hospitais são empresas de custos fixos e esta ajuda crescente é bem-vinda. A empresa detém atualmente uma capacidade ociosa significativa (83% em operação contra total de leitos). O banco ainda disse enxergar positivamente a expansão do modelo JV pagador-provedor no Brasil como uma forma de contornar as pressões sistêmicas.

XP

A XP Investimentos, por sua vez, comenta que o acordo aproxima o gigante Bradesco da SulAmérica e pode aumentar a influência da Rede D’Or em todo o setor, ao mesmo tempo que proporciona um fluxo adicional de pacientes, o que pode impulsionar ainda mais o crescimento orgânico da Rede D’Or.

Nesse contexto, a corretora vê o acordo como positivo para a Rede D’Or e negativo para todos os outros prestadores – mesmo aqueles que têm parcerias semelhantes com a Atlântica.

Itaú BBA

O Itaú BBA também avalia a transação como positiva, uma vez que a D’or fechou parceria com seu maior cliente e aumento a confiança na sua capacidade de expansão leitos.

Em primeiro lugar, o BBA cita que o anúncio foi uma surpresa. Com os esforços da Bradesco Saúde para aumentar a eficiência de custos, o banco identifica o pagador como uma das principais pressões sobre o setor hospitalar em termos de negociação de preços, credenciamento de capacidade e ciclo de conversão de caixa – aumentando o risco de tensão no relacionamento entre RDOR3 e BBDC4. Contudo, este anúncio demonstra que ambas as empresas optaram por fortalecer sua parceria por meio da participação acionária do Bradesco em hospitais.

Além disso, o BBA frisa que neste negócio o Bradesco adquiriu cerca de 50% dos hospitais pelo valor contábil. No entanto, o benefício intangível de melhorar o relacionamento com o seu cliente mais importante (que deverá representar cerca de 25% das receitas hospitalares) e o maior pagador no mercado endereçável da Rede D’or tem uma vantagem potencial muito maior, na opinião do banco.

Para o Bradesco, o BBA considera positivo por dois motivos. A participação confere ao Bradesco uma participação significativa em resultados hospitalares, proporcionando hedge à sua operação pagadora na região durante períodos de alta taxa de sinistralidade.

Além disso, de forma mais intangível, indica que ambas as partes se entendem melhor, o que pode implicar preços e pacotes melhores para ambas as partes.

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