JSL quer consolidar os planos da companhia na Europa e nos Estados Unidos
25 October 2022 - 1:44AM
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Após estender sua atuação para países do Mercosul, como o
Paraguai, a JSL – empresa de logística do grupo Simpar, da família
Simões – está desbravando as estradas de um mercado muito mais
distante: a África do Sul. Assim, a companhia começa a dar robustez
à sua estratégia de internacionalização, uma das promessas que fez
ao captar R$ 693 milhões em seu IPO, realizado em 2020.
Embora o atendimento a mercados próximos represente desafios –
como a entrega de peças a fabricantes argentinas de veículos que
trabalham praticamente sem estoques -, esse tipo de logística na
verdade usa a estrutura da operação brasileira para as
entregas.
A internacionalização de verdade veio por meio da compra da
Fadel, que lhe garantiu uma estrutura própria no Paraguai, e do
início da operação na África do Sul.
Quem está no comando do projeto sul-africano da JSL (BOV:JSLG3)
é um ex-executivo da Fadel, empresa que foi adquirida pela
companhia brasileira em 2020, uma das cinco compras feitas após sua
oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), há dois
anos.
Desde então, Ramon Alcaraz, primeiro executivo fora da família
Simões a assumir a JSL, substituiu Fernando Simões, que ficou 12
anos na empresa fundada pelo seu pai, Julio Simões.
“Fizemos uma experiência no Paraguai, com uma subsidiária da
Ambev, e hoje estamos com 100 caminhões e 500 funcionários. No
início de 2022 começamos com uma operação na África do Sul, com uma
empresa do grupo Ambev”, conta Alcaraz.
A chegada ao país africano tem rendido bons frutos. De 50
caminhões e 150 funcionários dedicados à operação local, aberta no
início deste ano, hoje são 225 veículos e quase mil funcionários.
“Há mais complexidade e desafios, já que a cultura é diferente. Mas
é um mundo de oportunidade”, comenta o executivo da JSL.
“Empresas que não são nossas clientes no Brasil ficaram sabendo
(da operação na África do Sul) porque começamos a ficar
representativos. Com isso, temos estudado algumas propostas,
queremos crescer, mas de forma correta”, explica. Segundo Alcaraz,
a empreitada tem ajudado a consolidar os planos da companhia para
outras regiões, incluindo Europa e Estados Unidos. “Já fomos com
esse propósito”, afirma o executivo.
Aquisições na mira
De acordo com Alcaraz, o braço externo ainda está amadurecendo,
mas há espaço para crescimento, que virá com a expansão das
próprias operações ou por meio de aquisições – que estão sob
análise. Neste ano, o grupo Simpar comprou uma empresa de
tecnologia chamada Truckpad e segue olhando para negócios que
possam acelerar o crescimento fora da fronteira brasileira.
Considerando uma projeção para o início do próximo ano, tendo em
vista os contratos já firmados e que ainda serão executados, a
receita externa deve chegar a 3% do faturamento da companhia, que
foi de R$ 4,2 bilhões no ano passado. Mas o grupo enxerga espaço
para um avanço relevante. A ideia é que, no longo prazo, a fatia em
dólar do faturamento chegue a 30% do total.
O projeto de internacionalização também está no radar de outros
negócios do grupo Simpar. A Movida, empresa de aluguel de veículos
do grupo, comprou uma empresa portuguesa do setor, a Drive on
Holidays (DOH).
O grupo Simpar tem capital aberto na Bolsa há mais de dez anos,
inicialmente como Júlio Simões Logística. Os negócios foram se
ampliando e, em uma reestruturação, a holding foi rebatizada de
Simpar. E as subsidiarias abriram capital: JSL Logística, Movida e
Vamos.
Diversificação de receitas
Em relatório recente, o BTG Pactual (BOV:BPAC11) disse que a JSL
vem cumprindo suas promessas feitas no IPO em 2020, com a busca da
diversificação das receitas, algo que tem sido feito exatamente por
meio de aquisições. Os analistas da instituição financeira
afirmaram que a empresa é a principal plataforma de logística do
País e que tem conseguido aproveitar as oportunidades de
crescimento.
“Esperamos que a JSL mantenha sua estratégia de crescimento
orgânico e inorgânico e expanda sua presença geográfica nos
próximos anos. Os investidores devem acompanhar os impactos da
inflação nas operações e na lucratividade da empresa”, disseram os
analistas do BTG.
Informações Broadcast
JSL ON (BOV:JSLG3)
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