A Camil registrou lucro
líquido de R$ 93,9 milhões no segundo trimestre fiscal de
2022, cifra 11,8% menor do que a reportada na mesma etapa de 2021,
informou a companhia.
A receita líquida aumentou 21,5%, de R$ 2,219
bilhões para R$ 2,697 bilhões no segundo trimestre fiscal deste
ano. A alta da receita foi impulsionada pelo efeito de preços,
parcialmente compensada por volumes no período quanto pelo
crescimento da receita líquida Internacional que atingiu R$ 822,4
milhões no trimestre, em função do efeito do aumento de volumes e
preços no período, parcialmente compensado pelo efeito cambial.
O Ebitda – lucro antes de juros,
impostos, depreciação e amortização – totalizou R$ 208,5
milhões no 2T22, um crescimento de 9,1% em relação ao 2T21. A
margem Ebitda ajustada atingiu 7,7% entre junho e agosto, baixa de
0,9 ponto percentual (p.p.) frente à margem registrada em 2T21.
O resultado financeiro líquido foi negativo em
R$ 51,5 milhões no segundo trimestre de 2022, um crescimento de
110,5% frente as perdas financeiras da mesma etapa de 2021, em
função de juros sobre financiamentos e variação monetária.
O lucro bruto atingiu a cifra de R$ 571,1
milhões no segundo trimestre de 2022, um aumento de 31,9% na
comparação com igual etapa de 2021. A margem bruta foi de 21,2% no
2T22, alta de 1,7 p.p. frente a margem do 2T21.
As despesas com vendas no trimestre atingiram R$ 292,7 milhões,
ou 10,9% da receita líquida do trimestre devido ao crescimento das
despesas com vendas do Brasil, e impulsionado pelo aumento das
despesas com vendas no Internacional.
As despesas gerais e administrativas somaram R$ 419,9 milhões no
2T22, um crescimento de 46,2% em relação ao mesmo período de 2021,
equivalente a 15,6% da receita líquida.
“O aumento nominal no trimestre ocorreu em função do crescimento
do SG&A Brasil (+35,6% na base anual) com crescimento das
despesas com vendas, devido a entrada das novas aquisições
realizadas pela companhia, aumento fretes e publicidade”, explica a
Camil.
O aumento no trimestre também foi impulsionado pelo SG&A
Internacional, em função do crescimento das despesas com vendas no
Uruguai e entrada no Equador. Excluindo M&As, o SG&A do
trimestre atingiu crescimento de +27,9% YoY.
O endividamento total atingiu R$ 3,8 bilhõess,
em função da 11ª emissão de debêntures, no valor de R$ 650 milhões
no 3T21. O aumento do endividamento total também foi impactado por
dívidas no segmento internacional para financiar as recentes
aquisições no Equador (Agroindustrias Dajahu S.A.) e Uruguai
(Silcom S.A.).
A liquidez total (caixa e equivalentes de caixa e aplicações
financeiras de curto e longo prazo) atingiu R$1,5 bilhão. Levando
os fatores acima em consideração, o endividamento líquido (dívida
bruta excluindo liquidez total) totalizou R$2,3 bilhões e
endividamento líquido/Ebitda UDM de 2,6x.
O Capex atingiu R$ 42,3 milhões no trimestre e R$ 70,9 milhões
no semestre, devido à investimentos de manutenção e postergação de
projetos de expansão programados no período, decorrente do cenário
em patamares elevados da taxa de juros.
Os resultados da
Camil (BOV:CAML3) referentes às suas
operações do segundo trimestre do exercício 2022 foram divulgados
no dia 14/10/2022. Confira o Press release na íntegra!
VISÃO DO MERCADO
Eleven Financial
De acordo com análise da Eleven, a Camil apresentou um resultado
mais fraco no 2T22, com queda de 0,7% nos volumes no mercado
nacional e consequentemente deterioração de sua margem, bem abaixo
de seu patamar histórico e pior desde o 4T15.
“Já esperávamos um resultado mais fraco devido ao movimento de
diminuição de estoques por parte dos varejistas, que afetou todas
as categorias e foi mais perceptível em arroz e açúcar, que tiveram
quedas no volume de 4,1% ao ano e 13,9% ao ano, respectivamente”,
avalia Diana Stuhlberger, analista da Eleven.
Para Diana, da Eleven, apesar de um resultado mais fraco, os
aumentos de preços no mercado doméstico e internacional são
positivos, com o segundo ainda conseguindo manter volumes fortes
apesar do cenário econômico adverso.
Além disso, as categorias estreantes (massas e café) vêm
demonstrando boa performance, e devem continuar contribuindo
positivamente para a rentabilidade da companhia conforme as
sinergias e alavancagem operacional forem sendo capturadas.
“O cenário também continua positivo para o açúcar, com preços
internacionais se sustentando em patamares elevados em função de
uma oferta global apertada.
Ademais, apesar da pressão de custos de curto prazo para
integração das empresas recém adquiridas, seguimos otimistas com a
tese de longo prazo, baseada fundamentalmente na recuperação do
ambiente de consumo e no crescimento advindo das diversas
aquisições consolidadas, com diversificação de portfólio e expansão
geográfica”, avalia a analista.
Para a Eleven, o preço atual da ação ainda não precifica o
potencial de crescimento da Camil e a obtenção de sinergias com as
aquisições recentes. Assim, também tem recomendação de compra para
CAML3 com preço alvo de R$ 20,00 (ou potencial de 124% de
valorização em relação ao fechamento da véspera).
Itaú BBA
O Itaú BBA, por sua vez, aponta que de forma geral, a empresa
divulgou números com queda sequencial, porém em linha com suas
estimativas, já que a desaceleração dos varejistas na composição
dos estoques criou temporariamente alguns desafios à empresa.
Apesar desse momento mais desafiador, o BBA acredita que a
companhia atingirá as suas estimativas para 2022 e mantém
recomendação de “compra” para CAML3, com preço-alvo de R$ 13 ao
final de 2022.
Entre os principais números, a empresa obteve Ebitda 4% acima da
nossa estimativa, e margem (rentabilidade) de 7,7% (ante estimativa
da casa de 7,3%).
XP Investimentos
Para a XP, a Camil apresentou resultados apenas em linha, porém
ainda assim positivos na visão da casa, “algo a ser valorizado e
que traduz uma visão construtiva em tantas frentes, principalmente
após quatro fusões e aquisições no último ano”.
“Enquanto as novas operações ainda estão em fase de aceleração,
com forte crescimento de volume para café e massas, devemos
destacar a recente aquisição da Mabel que marcou a entrada da Camil
no segmento de Bolachas & Biscoitos, setor com margens acima da
média atual da Camil”, afirma.
Os preços subiram em todas as operações, sendo o Chile a única
exceção devido à turbulência política e econômica; no entanto, os
outros mercados apresentaram resultados melhores do que o
esperado.
“Seguimos otimistas com a trajetória de diversificação da Camil,
mas que ainda mantém um portfólio defensivo de produtos com marcas
fortes e market share relevante, portanto reiteramos nossa
recomendação de compra com preço-alvo de R$ 14 por ação”, avalia a
equipe de análise da XP.
* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Infomoney,
Estadão, Reuters
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