O mercado de criptomoedas sofre quedas significativas consecutivas desde quarta-feira, com o Bitcoin (COIN:BTCUSD) acumulando queda de -3,22% nos últimos 7 dias.

Nesta sexta-feira (20), o Bitcoin apresentou forte volatilidade, atingindo uma mínima de US$ 92.115,66 e uma máxima de US$ 98.132,47. No momento da escrita, a criptomoeda estava cotada a US$ 96.840, praticamente estável em relação às últimas 24 horas.

Isso reflete uma maior cautela dos investidores em relação aos ativos de risco, devido ao impacto de fatores macroeconômicos e ajustes nas políticas monetárias.

O Federal Reserve contribuiu para a instabilidade, ao indicar uma redução nos cortes de taxas de juros planejados para 2025, deixando a postura mais rígida que abalou tanto o mercado acionário quanto o de criptomoedas.

Essa mudança nas expectativas impulsionou vendas agressivas, marcando uma reversão drástica após o Bitcoin atingir uma máxima histórica de US$ 108.000 no início da semana.

Com a volatilidade em alta, o analista Fernando Pereira, da Bitget, destacou como os investidores, que compraram há pouco tempo, tendem a agir com emoção.

O indicador Total Supply Held by Short-Term Holders mostra que o investimento de Bitcoin de curto prazo está no maior nível desde 2021.

“Num cenário onde STH tem muito supply (oferta), começamos a ver mais movimentos emocionais do que racionais no mercado, de maneira que quando o mercado corrigir um pouco, já veremos muitas vendas sendo feitas mesmo estando no prejuízo […], Esse é um momento perigoso para estar comprado no BTC”, disse Pereira.

Isso significa que, com o preço do Bitcoin caindo “um pouquinho”, é provável que muitos vendam no prejuízo, criando um efeito de “panic sell”. E isso torna o momento arriscado para quem está comprado em Bitcoin agora.

Além do Bitcoin, outras criptomoedas importantes também enfrentaram perdas substanciais. Porém, dados mais brandos sobre a inflação nos EUA, incluindo o índice de Despesas de Consumo Pessoal (PCE), que subiu mais moderadamente que o esperado, trouxeram algum alívio aos mercados.

Atualmente, o Ethereum (COIN:ETHUSD) se estabilizou em US$ 3.422.  A Binance Coin (COIN:BNBUSD) sobe 0,95% a US$ 671,69.

Solana (COIN:SOLUSD) cai 1,30% a US$ 191,35. Dogecoin (COIN:DOGEUSD) opera em queda de -0,70% a US$ 0,311850.

Cardano (COIN:ADAUSD) se estabilizou em US$ 0,881200, depois de cair 7,98% na quinta-feira, ampliando a queda vista na quarta-feira, quando caiu 8,2%, abaixo de US$ 1,00.

Ontem, os ETFs de Bitcoin listados nos EUA enfrentaram saídas líquidas recordes de US$ 671,9 milhões, encerrando uma sequência de 15 dias de entradas.

Foi o maior saque desde a criação desses ETFs. O fundo da Fidelity (AMEX:FBTC) e o fundo da Grayscale (AMEX:GBTC) lideraram as retiradas, perdendo US$ 208,5 milhões e US$ 188,6 milhões, respectivamente, enquanto o ETF da BlackRock (NASDAQ:IBIT) registrou um desempenho zerado.

Os ETFs de Ether também sofreram saídas de US$ 60,5 milhões.

Segundo informações da CoinGlass, a volatilidade foi exacerbada pela liquidação de US$ 1,4 bilhão em posições de mercado nas últimas 24 horas, com traders apostando na alta dos preços sofrendo as maiores perdas.

Outros especialistas apontam outra hipótese, de que a liquidação foi alimentada pela pressão de vendas nas principais exchanges, como a Coinbase (NASDAQ:COIN), onde o chamado “prêmio Coinbase” permaneceu em território negativo. Isso indicou uma fraqueza estrutural nos preços de curto prazo.

Enquanto a recente queda assusta investidores, alguns observam a situação como uma oportunidade de acumulação. Segundo o analista Rekt Capital, correções como essa são comuns em mercados altistas, oferecendo chances de reversão de preços.

Neste meio tempo, o Bitcoin recebeu uma previsão ousada. Cathie Wood, CEO da Ark Invest, reafirmou à Bloomberg sua visão otimista sobre o Bitcoin, prevendo que ele ultrapassará US$ 1 milhão até 2030.

Wood citou a escassez do Bitcoin e seu crescente interesse institucional, e se encontra otimista com a possível desregulamentação nos EUA sob o governo de Donald Trump, impulsionando fusões entre startups.

No entanto, a postura firme do Fed e as potenciais mudanças na liquidez projetadas para 2025 mantêm o cenário incerto, aumentando o sentimento de cautela dos investidores.

Apesar das perspectivas futuras permanecerem pendentes, o mercado ainda celebra os impactos de eventos positivos que aconteceram em 2024, como a aprovação de ETFs de Bitcoin à vista, a vitória de Trump nas eleições presidenciais dos EUA e a nomeação de Paul Atkins à SEC, consideradas favoráveis para o setor cripto.

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