Rede D’Or suspende os serviços para beneficiários da Amil em três de seus principais hospitais do Rio de Janeiro
01 August 2024 - 3:54AM
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A Rede D’Or suspendeu ontem os serviços para beneficiários da
Amil em três de seus principais hospitais da capital do Rio de
Janeiro, segundo informações do colunista Lauro Jardim, do jornal O
Globo. A partir de 17 de setembro, os hospitais Copa D’Or (um dos
principais da Zona Sul da cidade), Quinta D’Or (um dos maiores da
região norte) e Jutta Batista (referência pediátrica na Zona Sul)
não oferecerão mais serviços para usuários da Amil, aponta o
colunista.
A justificativa da suspensão unilateral teria sido a necessidade
de renegociação de contratos com a operadora. No passado, mais
precisamente em 2019, essa suspensão já havia ocorrido mas por
iniciativa da Amil. A operadora rapidamente voltou atrás e trouxe
de volta as instituições após perda significativa de usuários
(cerca de 15% na base da região do Rio de Janeiro). Na ocasião, o
Bradesco Saúde e a SulAmérica mantiveram parceria com o grupo e
observaram aumento de participação no mercado. Justamente esse
episódio pode ter mostrado para a Rede D’Or que sua rede hospitalar
desempenha papel crucial na venda de planos de saúde da Amil, de
acordo com o Itaú BBA.
A dependência das instituições vinculadas ao grupo Rede D’Or
(BOV:RDOR3) garante maior poder de negociação, de acordo com a
análise do JPMorgan. Na visão de analistas do banco estrangeiro, a
suspensão dificilmente se manterá, uma vez que a Amil provavelmente
seguiria em busca de acordo para manutenção dos hospitais em sua
rede credenciada. No entanto, na hipótese de não haver acordo, a
SulAmérica (divisão de seguros da Rede D’Or) poderia ser
beneficiada.
“No que acreditamos ser um caso remoto, se os serviços forem
suspensos nos hospitais mencionados, os impactos financeiros sobre
a Rede D’Or não seriam significativos. De acordo com nossas
conversas com a empresa, a Amil representa de 5% a 10% das receitas
hospitalares da RDOR, enquanto a exposição nesses hospitais está
abaixo da média”, comenta o JPMorgan.
Segundo a XP, que cita dados da Fiocruz/CNES e da ANS, os três
hospitais mencionados possuem 7,7% dos leitos privados não-SUS no
Rio de Janeiro, enquanto a Amil possui 11,7% do mercado de planos
de saúde na mesma cidade. Vale ressaltar que a SulAmérica tem uma
participação de 9,4% e a RDOR tem 28% dos leitos privados não-SUS
nesse mercado.
O BBA destaca que o descredenciamento ocorre justamente em um
momento de recuperação de rentabilidade para a Amil. Para a Rede
D’Or, os ativos maduros, que operam com alta taxa de ocupação,
dificilmente seriam impactados caso a suspensão se mantenha.
A visão do Morgan Stanley é similar, considerando que a remoção
teórica dos planos da Amil, caso se concretize, não seria um
problema estrutural e poderia, inclusive, melhorar a base de
pagadores da prestadora. A SulAmérica, pertencente ao grupo, e a
boa relação com o Bradesco já garantiriam cerca de 70% dos
beneficiários dos hospitais Copa D’Or (cerca de 19 a 20%) e Quinta
D’Or (cerca de 32 a 37%), de acordo com o Morgan.
Para a XP, os motivos por trás da rescisão do contrato não são
claros, mas a representatividade da Amil nas admissões da Rede D’Or
não é significativa o suficiente para pressionar a utilização e as
margens. Por outro lado, a Amil e a Dasa (DASA3) anunciaram
recentemente a fusão dos negócios de seus hospitais, o que pode
incentivar a operadora de planos de saúde a canalizar a utilização
para os hospitais da parceria, em vez de direcioná-la para
terceiros.
“O setor ainda está sob pressão, e o relacionamento entre
pagadores e prestadores tem se deteriorado. Portanto, vemos a
notícia como um sinal de que a Rede D’Or pode estar buscando
condições mais favoráveis para seus hospitais no Rio”, reforça a
equipe de análise da XP.
Informações Infomoney
Rede DOr Sao Luiz ON (BOV:RDOR3)
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