Analistas e agências de risco explicam o que esperar da fusão entre Enauta e 3R Petroleum
04 April 2024 - 3:50AM
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Boa proposta, “timing” errado. Na visão do Bradesco BBI, isso
explica a forte reação negativa do mercado para os papéis da Enauta
após proposta de fusão com a 3R Petroleum.
O banco antecipou que os papéis se recuperariam hoje, o que de
fato ocorre. As ações da PetroReconcavo (BOV:RECV3) sobem 3,51%, a
R$ 21,81; às da 3R Petroleum (BOV:RRRP3) avançam 2,49%, a R$ 34,16,
enquanto as da Enauta ganham 1,55%, a R$ 26,13 (na máxima, foi a R$
26,71), por volta das 13h15.
Se a proposta da Enauta (BOV:ENAT3), com a proporção atual,
fosse apresentada em outro momento, poderia ser vista com melhores
olhos. A Enauta hoje explora os campos de Atlanta e Oliva e a
análise considera que a fusão com outra empresa seria melhor
recebida no futuro.
Em relação ao desempenho apresentado ontem pela Enauta e pela 3R
Petroleum, a “nova empresa” valeria menos que as empresas
separadas, hipótese refutada na análise do BBI. Parte da
desconfiança reside na incerteza do mercado sobre as sinergias
entre as companhias.
“Embora as sinergias não sejam tão óbvias quanto as sinergias da
3R com a PetroReconcavo, elas não seriam negativas. O mercado
também poderia ter precificado a 3R perdendo algumas sinergias
‘mais óbvias’ sobre a potencial fusão com a RECV; no entanto, não
acreditamos que essas estivessem sendo significativamente
precificadas pelo mercado neste estágio”, considera o banco.
Dentre as possíveis sinergias destacadas pelo BBI, estão os
custos para operação no hub offshore em campos já pertencentes às
companhias, como Atlanta/Oliva, Parque das Conchas, Uruguá Tambaú,
Papa Terra e Malombe. Ainda, há destaque para sinergias comerciais
e fiscais e de custo de capital mais baixas.
Fusão seria positiva, segundo agências de
risco
Tanto para a S&P Global quanto a Fitch consideram que a
fusão entre as companhias seria um evento positivo para ambas. A
S&P Global considera que a operação resultaria em um operador
júnior de exploração e produção maior. A nova empresa seria mais
diversificada e eficiente.
“Em nossa visão, a fusão também permitiria algumas economias de
escala e diluição de custos fixos através da renegociação de
contratos para uma empresa maior e de investimentos em manutenção,
reparação e campanhas de perfuração. Além disso, a potencial nova
empresa diversificaria ligeiramente as suas operações, com ativos
em mais bacias e divididos entre a produção onshore e offshore“,
considera a agência de risco.
Na nota, a alavancagem das companhias foi citada, considerando
que a 3R e a Enauta apresentaram dívida bruta ajustada sobre o
lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações
(EBITDA, na sigla em inglês) de 5,0x e 3,9x. Na hipótese de uma
fusão, a alavancagem da companhia combinada ficaria em torno de 2,5
a 3 vezes a relação entre dívida bruta e EBITDA.
A Fitch tem a mesma visão e considera que o perfil de crédito da
3R Petroleum sairia fortalecido. A empresa combinada poderia se
beneficiar de maior escala e indicadores financeiros mais
sólidos.
As reservas provadas do grupo superariam 600 milhões de barris
de óleo equivalente (boe). A fusão também poderia acelerar o
processo de desalavancagem da 3R e poderia reduzir o custo de
extração da petrolífera na produção offshore.
Informações Infomoney
Petroreconcavo ON (BOV:RECV3)
Historical Stock Chart
From May 2024 to Jun 2024
Petroreconcavo ON (BOV:RECV3)
Historical Stock Chart
From Jun 2023 to Jun 2024