Petrobras: fim da política de paridade de importação completa um ano e avaliação é que houve redução no preço dos combustíveis
17 May 2024 - 11:43PM
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O fim da política de paridade de importação (PPI) na Petrobras
completa um ano nesta sexta-feira, 17, e a avaliação é que houve
uma redução no preço dos combustíveis, porém tímida. O destaque foi
o gás de cozinha, vendido, em média, 10% abaixo da cotação do
mercado internacional, segundo levantamento do Observatório Social
do Petróleo (OSP), ligado à Federação Nacional dos Petroleiros
(FNP).
A gasolina e o diesel tiveram reduções menores, em torno dos 5%.
Nesses últimos 12 meses, a estatal cobrou o litro da gasolina, em
média, 6% abaixo da cotação do mercado internacional, e o diesel
S-10 se manteve 7% menor do que a paridade de importação.
O PPI foi adotado pela Petrobras em outubro de 2016, vigorando
por seis anos e meio. Essa medida foi responsável pelos preços da
gasolina, diesel e gás de cozinha mais altos da história do Brasil
em 2022. Em maio, a estatal decretou o fim do PPI e anunciou uma
nova estratégia comercial, que leva em conta o preço mínimo que a
Petrobras considera vender e o preço máximo que o cliente se dispõe
a pagar.
No último ano em que essa política de preços (PPI) esteve em
vigor, o botijão de 13 quilos de gás de cozinha nas refinarias da
estatal custava 23% acima do PPI, informou o Observatório.
O levantamento, com base nos dados publicados pela Agência
Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), mostra
que a Petrobras cobrava R$ 9,68 mais caro pelo botijão quando
utilizava o PPI para calcular os preços dos combustíveis. Com o fim
dessa referência, o GLP passou a ser comercializado R$ 3,68 mais
barato do que a paridade de importação.
Quando a gestão da Petrobras (BOV:PETR3) (BOV:PETR4) implementou
uma nova estratégia de preços, em 17 de maio do ano passado,
eliminou o PPI do cálculo da gasolina e do diesel, mas manteve a
referência para o gás de cozinha.
“Inicialmente, o preço do GLP continuou sendo guiado pelas
cotações de importação, mas houve uma inversão dessa prática no
final de julho e, a partir daí, o preço vem sendo mantido abaixo do
PPI”, explicou o economista do OSP e do Instituto Brasileiros de
Estudos Políticos e Sociais (Ibeps), Eric Gil Dantas.
Gasolina e diesel
No último ano em que o PPI esteve em vigor – de 17 de maio de
2022 a 16 de maio do ano passado -, a gasolina era comercializada a
2,5%, em média, abaixo da paridade de importação, enquanto o diesel
custava cerca de 0,4% a menos.
O observatório comparou os dois períodos e constatou que, na
vigência do PPI, a gasolina da estatal custava cerca de R$ 0,08
abaixo da referência internacional, valor que caiu para R$ 0,19
após a extinção da política de paridade de importação.
O preço do diesel, durante a vigência do PPI, era apenas R$ 0,03
menor do que a referência internacional. A diferença saltou para R$
0,26 após a eliminação dessa fórmula de preços.
“O levantamento demonstra que nossa exigência pelo fim do PPI
era justa e correta. Com o fim desta política, houve redução
concreta dos preços. Mas também revela que o abrasileiramento dos
preços ainda não é realidade. A queda é muito tímida”, disse
Dantas.
Segundo o secretário-geral da FNP, Adaedson Costa, a futura
presidente da Petrobras, Magda Chambriard, tem condição de
nacionalizar de fato os preços, seja acelerando e ampliando a
capacidade de refino no País, seja alterando a atual política de
remuneração aos acionistas privados, marcada por dividendos
recordes.
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