Desktop entende que oscilação de ações foi decorrente de notícia sobre negociações de venda para a Vivo
27 May 2024 - 9:57PM
Newspaper
A Desktop prestou esclarecimentos à Comissão de Valores
Mobiliários sobre a forte alta das ações nesta sexta-feira, 24. Os
papéis fecharam com ganhos de 16,26% cotados a R$ 15,87.
A administração da companhia entende que a oscilação verificada
foi decorrente da divulgação da notícia veiculada no portal
NeoFeed, sob o título “Vivo negocia compra de provedor de internet
Desktop”.
A Desktop (BOV:DESK3) afirmou que constantemente analisa
oportunidades, visando ao desenvolvimento de suas atividades e à
geração de valor.
Mas destacou que “não definiu a realização, nem termos e
condições de quaisquer potenciais operações”.
VISÃO DO MERCADO
O noticiário sobre o setor de telefonia tem sido bastante
movimentado. No fim da semana passada, o site Neofeed noticiou que
a Telefônica Brasil (ou Vivo) estava negociando a compra da
operadora de banda larga Desktop, o que fez as ações DESK3 subirem
16% na sessão.
Em esclarecimento enviado ao mercado, a Desktop afirmou que não
“definiu a realização” de qualquer potencial transação.
“Esclarece-se que a companhia não definiu a realização, nem termos
e condições de quaisquer potenciais operações”, afirmou a empresa
em fato relevante.
A Desktop afirma ter presença em 180 cidades do Estado de São
Paulo com 1 milhão de clientes ativos. A empresa encerrou o
primeiro trimestre com resultado operacional de 138 milhões de
reais, crescimento de 25% sobre o desempenho de um ano antes.
Itaú BBA
Para o Itaú BBA, a aquisição do Desktop acrescentaria 2% e 2,4%
à receita e ao lucro antes de juros, impostos, depreciações e
amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) dos últimos doze meses,
respectivamente, e potencialmente aumentaria a relação entre dívida
líquida/Ebitda de 0,53 vez para 0,58 vez (assumindo não haver
prêmio de aquisição para o valuation da Desktop)”, afirma,
ressaltando que nenhum detalhe financeiro foi mencionado na
reportagem.
Na visão do banco, a aquisição não seria material no nível
consolidado para a Vivo. “Dito isto, pensamos que a materialização
de uma transação depende de a empresa encontrar um equilíbrio entre
oferecer um prêmio suficientemente atrativo para Desktop e de
preservar valor para a Vivo. Nós estimamos que a Vivo poderia
oferecer um prêmio de até 50% sobre o preço de fechamento do
Desktop na sexta-feira, dependendo das sinergias que pode colher”,
aponta o BBA.
Já para a Desktop, o potencial acordo representaria dar um passo
à frente na consolidação do setor de ISP (provedor de serviço de
internet), uma tendência que vê acontecer em todo o mercado e entre
players de todos os portes (por exemplo, com a recente operação
entre Americanet e Vero).
“Embora acreditemos que uma transação entre a Vivo e a Desktop
possa enfrentar obstáculos antitruste, a sobreposição limitada
entre as duas e o alto nível de fragmentação na área de mercado de
banda larga fixa no Brasil nos leva a acreditar que ela poderia ser
aprovada sem grandes remédios. A Vivo teria que extrair sinergias
de R$ 2,7 bilhões de uma aquisição para justificar o pagamento um
prêmio de 50% para Desktop”, aponta o BBA, que possui recomendação
outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à
compra) para VIVT3, com preço-alvo de R$ 60, ou potencial de alta
de 31% frente o fechamento de sexta.
Passo altamente significativo confirmado
Ainda no radar da Vivo, a companhia anunciou na última sexta ter
chegado a um entendimento sobre os termos e condições propostos
para a conversão da sua concessão de voz fixa em instrumento de
autorização.
Segundo a empresa, esta proposta inclui: o encerramento de todos
os processos administrativos e judiciais relativos à Concessão do
Serviço Telefônico Fixo Comutado (STFC) atualmente pendentes na
agência reguladora Anatel e/ou respectivos tribunais; a desistência
do processo de arbitragem movido pela companhia contra a agência
reguladora; o compromisso da empresa com promessas de interesse
público a serem cumpridas no prazo de 10 anos; e garantia de
manutenção do serviço telefônico fixo em determinadas localidades
até 2028.
Bradesco BBI
O Bradesco BBI viu a notícia como positiva para a Vivo. Embora
os novos termos ainda não possam ser divulgados pela empresa, o
fato de a companhia ter concordado com os novos termos indica que
eles são provavelmente melhores que os iniciais propostos pela
Anatel (R$ 8,7 bilhões em investimentos ao longo de um período de
10 anos), especialmente porque a Vivo está desistindo do processo
de arbitragem contra a agência reguladora. Além disso, e
potencialmente ainda mais relevante, a tão esperada rescisão da
concessão deverá trazer algum alívio às despesas operacionais
através de custos de manutenção mais baixos relacionados com redes
de cobre antigas e taxas de penalização mais baixas relativas aos
serviços de concessão, bem como a eliminação da taxa bienal de 2%
sobre receitas de concessão, avalia o banco.
Do lado dos investimentos, o BBI espera também ganhos de
eficiência que deverão compensar parcialmente os investimentos
necessários para a migração.
“Não vemos nenhum risco para nossas estimativas atuais de
investimentos. Por fim, a potencial eliminação de processos
administrativos e judiciais poderia levar a uma reversão de
provisões (R$ 1,8 bilhão provisionado no balanço para disputas
regulatórias – questões relacionadas à concessão devem responder
por parte disso) e a menores despesas financeiras relacionadas ao
ajuste monetário de provisões”, reforça.
XP
A XP classificou o acordo de sexta com a Anatel como um passo
altamente significativo, pois a comissão de negociação incluiu
membros do TCU e do Ministério das Comunicações. Portanto, a
aprovação parece estar bem encaminhada. “No geral, mantemos nossa
recomendação de Compra e o preço-alvo para o final de 2024 de R$ 64
por ação para VIVT3”, avalia.
Informações Financenews
Desktop - Sigmanet Comun... ON (BOV:DESK3)
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Desktop - Sigmanet Comun... ON (BOV:DESK3)
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